Economia do Brasil deve avançar 3,2% até 2022.

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O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode registrar um crescimento médio anual de até 3,2% nos próximos cinco anos, patamar semelhante à expansão média verificada entre 2010 e 2014 (3,38%).

 

O economista da Pezco Microanalysis, Helcio Shiguenori Takeda, explica que o principal motor desta expectativa está na projeção de alta dos investimentos em infraestrutura, em um cenário de continuidade da atual política econômica, após as eleições gerais de 2018. “Uma mudança de perfil na condução da economia poderia reduzir o potencial de crescimento para os próximos anos. Eu até não descartaria a possibilidade de voltarmos para patamares negativos, tendo em vista que a recuperação da atividade ainda não está totalmente consolidada”, comenta Takeda.

 

A pesquisa Ibope chegou a apontar nesta semana que, se as eleições presidenciais fossem hoje, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), conseguiriam ir para o segundo turno.

 

Takeda pontua, por outro lado, que a Pezco trabalha com um cenário de continuidade da atual política econômica. “A recuperação da atividade econômica contribui para esta expectativa”, diz. “Se tivermos um governo mais intervencionista, por exemplo, por mais que ele abrace um programa de infraestrutura, a probabilidade de os investidores colocarem recursos nos projetos é muito pequena”, diz Takeda.

 

O professor de economia da Trevisan Escola de Negócios, Thiago Novaes, explica que o que está no centro dessa desconfiança é a trajetória da dívida bruta brasileira. “A condição para se elevar os investimentos, a formação bruta de capital fixo (FBCF), é o controle das despesas públicas”, ressalta Novaes. Segundo ele, um afrouxamento fiscal após 2018 prejudicaria muito a trajetória de um crescimento mais sustentável. Esta seria uma tendência mais de um eventual governo Lula, enquanto o Bolsonaro segue sendo uma incógnita para os especialistas em termos de política econômica.

 

Já com equilíbrio fiscal, é possível garantir credibilidade perante os investidores e reduzir a pressão do endividamento no orçamento federal. “A dívida bruta já está em uma trajetória explosiva. O Ministério da Fazenda prevê que ela deve parar de crescer só em 2020, isso já considerando a reforma da Previdência, que está bem difícil de ser aprovada”, complementa Novaes.

 

Instabilidade

 

Novaes afirma ainda que, tanto Lula como Bolsonaro, provocariam uma instabilidade institucional muito grande, o que afugenta os investidores e eleva o prêmio de risco da dívida. Aumentar o prêmio de risco significa que os agentes passam a exigir um juro maior na compra de um título público, por exemplo, o que pressiona, por sua vez, o estoque do endividamento público.

 

Já no caso de uma continuidade de um governo liberal – que, segundo a economista da Tendências Consultoria Alessandra Ribeiro, tem 70% de chance de acontecer – a expectativa é de que o PIB seja impulsionado pela via dos investimentos. Em uma palestra no mês de outubro, a economista  mencionou que o crescimento médio do País deve ser de 2,8% nos próximos anos.

 

“Com a taxa de juros está em processo de queda, o custo do financiamento também reduz”, lembra Novaes, da Trevisan. Já Takeda, da Pezco, destaca que o consumo das famílias não terá o mesmo impulso registrado na última década. Ele pontua, por exemplo, que a taxa de desemprego deve retornar para o percentual de um dígito só em 2021. No terceiro trimestre de 2017, a taxa de desocupação chegou a 12,4%, recuo de 0,6 pontos percentuais em relação ao segundo trimestre (13%), segundo o IBGE.

Fonte: ABRASNET

 

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